Faltavam dois dias para a despedida de 2018 quando seguimos rumo a Melgaço, a terra que fica a uma ponte de distância da vizinha Espanha. Na vila são tantos portugueses como espanhóis, que passeiam pelas ruas como se de locais se tratassem. A proximidade é tão grande que me atrevo a dizer que naquele pedacinho de terra vive um pouco dos dois países. Foram exatamente 335 kilómetros de estrada até chegar ao verdadeiro motivo que nos levou a um dos pontos mais a norte de Portugal: Adega do Sossego.
Já frequento este espaço desde que a minha sobremesa era um gelado Pingu, e até aos dias de hoje continua a ser um dos meus restaurantes favoritos.
São cerca de 400 kilómetros num itinerário um tanto cansativo, mas que à primeira garfada nos lembra como a viagem vale a pena.
Gosto bastante de experimentar pratos novos, mas aqui não consigo optar por outra coisa que não seja o naco de vitela na brasa.
Atrevo-me a dizer que, até agora, foi apenas neste estabelecimento que encontrei a carne mais tenra e saborosa, que faz todos os kilómetros de distância valerem a pena. Os nacos vêm acompanhados de batata frita, grelos e algumas rodelas de laranja. Pessoalmente dispenso os grelos, mas as batatas fritas fizeram as minhas delícias.
Para sobremesa optei por uma tarte de bolacha com cobertura de chocolate quente. O meu lado guloso deu pulos de alegria a cada garfada.
Depois dos "comes" chega o momento dos "bebes" com um prato de licores de todas as cores e sabores: frutos vermelhos, maracujá, mentol, café, maçã e avelã. O licor de mentol tem um sabor muito idêntico a Tantum Verde, pelo que é preciso ser muito corajoso para beber o copo até ao fim. Já o de maracujá é bastante doce e fácil de gostar.
Ir a Melgaço e não provar o vinho Alvarinho é como ir a Roma e não ver o Papa. Durante a refeição houve vinho tinto (para os homens), vinho verde (para as senhoras) e ainda espumante para um pequeno brinde a 2018. A meio do jantar o senhor responsável por servir a nossa mesa mostrou-nos que era possível medir ligeiramente o grau do vinho através das malgas (taças como na imagem acima).
De acordo com o senhor, os movimentos ao mexer o recipiente deixam marcas do vinho na taça, o que significa que o vinho terá sempre mais de 10 graus.
Não sou apreciadora de vinho, mas o vinho verde que nos foi servido bate qualquer um que tenha provado até hoje. Tem um paladar adocicado e pouco ácido, que torna toda a experiência bastante prazerosa.
O espaço rústico combinado com a experiência gastronómica torna a minha opinião bastante positiva. Se estão a planear passar o fim de semana fora com a vossa cara metade ou um grupo de amigos, ponderem rumar a Melgaço. A vila é bastante acolhedora e pacífica, com várias opções onde podem passar a noite e relaxar um pouco.
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